Filho de peixe, peixinho é?



            Quantas vezes ouvimos o ditado popular “filho de peixe, peixinho é” para reafirmar aquilo que foi visto, um(a) filho(a) que tem características parecidas com o pai ou a mãe. Muito comum ver tal frase ser empregada no sentido de que é algo natural e lógico que isso deveria ser assim. Mas será que é assim apenas por haver ligação sanguínea e de genes entre tais pessoas?
            Skinner, no livro Ciência e Comportamento Humano, comenta que á família é uma das agências educacionais existentes, já que ensina a criança comportamentos básicos (como falar, andar, regras sociais, entre outros). Mas não é a única, já que desde criança grupos de fora da família também influenciam.
            Os pais tem o poder de servir de modelo para os filhos, é o que afirma Dorothy Law Nolte e Rachel Harris no livro As crianças aprendem que vivenciam. Com uma série de exemplos, as autoras debatem sobre a possibilidade de a criança aprender a agir de um determinado jeito por ter observado os pais agindo da mesma forma, assim repetindo os padrões que os próprios pais já têm. E como os pais estão ali, presentes durante a maior parte do desenvolvimento da criança, exercem grande influência no que as crianças se tornam.
            Não há nada de errado em ensinar através de exemplos, o problema é que nem sempre aquilo que vai servir de modelo são formas de agir que vão fazer bem àqueles que estão aprendendo com o exemplo. Uma campanha australiana antiga, mas que ganhou repercussão mundial, voltada para prevenção do abuso infantil, tentou exemplificar isso com o vídeo “Children see. Children do.” (Tradução: Crianças veem. crianças fazem.), clique aqui e veja o vídeo. Nolte e Harris comentam tanto ensinamentos bons quanto ruins que os pais podem passar para os filhos através do exemplo.
E quando o que a criança ou o adolescente aprendeu lhe causa algum prejuízo o que é o comum fazer? Há várias respostas para essa pergunta, e uma delas é levar a criança ou o adolescente para a terapia. Por isso é importante que os responsáveis entendam que pode ser importante para o bom desenvolvimento de seu filho que os mesmo façam também modificações em sua maneira de ser e agir. Assim, quem vai à terapia não são apenas as crianças ou os adolescentes, mas os responsáveis também. Quando todos colaboram a melhora do filho se estende a várias áreas de sua vida.

Escrito por Sheila F. Machado - Psicóloga Clínica - CRP-01/16880

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